top of page

As informações mais antigas encontradas sobre os Voduns do panteão do trovão, datam do final do séc. XV e princípio do séc XVI. Nas aldeias lacustres, nos arredores do atual Allada, era cultuado o Vodum Setohoun (espírito da laguna). Quando Setohoun chegou a aldeia de Hevie (reviê), os nativos o batizaram com o nome de Hevioso ou Hebyoso (na minha opinião Hevioso seria o mais correto, visto a sua tradução ser: hevi: nome da cidade e oso ou so: raio = raio de Hevie).

Em Dahomey ele recebeu o nome de Xevioso, quando chegou trazido por uma nativa da aldeia de Hevie. Na cidade de Mahi era cultuado o Vodum Djiso (djisô) na tribo Djétovi. Nesta mesma cidade, também eram cultuados os Voduns: Gbame-so (bamé-sô) que tudo indica ser o mesmo Bade que conhecemos no Brasil; Akhombe-so (acrombé sô); Ahoute-so (aroutêsô) e Djakata-so (djacatá-sô).

Vale assinalar que em toda a região do Dahomey atual Benin, até os dias de hoje, todos esses Voduns inclusive o Orixá Shango são chamados de SO (sô), que quer dizer raio. Sogbo era e ainda é, para o povo daometanos a grande deusa, mãe de todos os Voduns So e irmã de Hevioso. Junto com seu irmão lidera a família. A partir do meado do séc. XVI o culto desses Voduns se espalhou por todas as regiões do Dahomey. Com essa expansão, novos Voduns foram surgindo.

Vejamos alguns deles: Adantohun (adantôrrum) (seria o que conhecemos como Soboadan?!) Ahuangan (arruangam) Alansan (alansam) Kasu Kasu (cassu cassu) Saho (sarrô) Aden (feminina) Gbwesu (buêssu) Akele (aquêlé) Besu (bêssu) Ozo (ôzô) Kunte (cuntê) feminina Naete (naêtê) feminina) Beyongbo (beionbó) (feminina) Avehekete (averequéte) Dawhi (dauri) Hungbo (rumbó) Salile (salilê) Agbe (abê) (feminina) Ahuangbe (arruambé) Contam os vodunos e Hunos que devido as tribos litorâneas que prestavam culto aos xwala-yun (deuses do mar) adotarem o culto a So, Agbe e Naete foram designadas a se estabelecerem no mar junto ao grande Vodum Hun e que a partir daí, o culto dos dois panteões se fundiram nos cultos.

Ao nível de Brasil, por tudo que pude constatar em minhas pesquisas, não vi muita diferença entre nosso culto e o dos africanos. A maioria dos So que existem no Benin existe aqui também.

No Brasil é comum as pessoas chamarem todos os Voduns do panteão do fogo de “Sobo”. Vejamos alguns Voduns e suas características:

Kasu Kasu (cassucassu) - Guerreiro que defende as aldeias e ou casas de santo onde é cultuado. Os inimigos têm pavor de Kasu. Dizem que quando em luta ele cospe fogo sobre os inimigos. Quando em guerras, Kasu coloca-se a frente da aldeia e ou casa de santo e abre seus braços criando assim um obstáculo que impede os inimigos de atacar. A tradução de seu nome é barreira.

Hevioso e a Cultura Jeje – Continuação de seus fundamentos

bottom of page