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Entre os ewe e os fon da República do Benin (Daomé) Deus éconhecido como Orixá Nanã Buluku. Adotada pelos egba sob o nome Buruku, veio a ser cultuada entre os iorubás como divindade e não como o Ser Supremo. Em ewe e fon, a expressão Nana Buruku tem o seguinte significado: Nana = velho ou antigo / buruku é o  nome de Deus. Assim, Nanã Buruku significa Deus Antigo. Foi levada para Abeokuta pelos sabe, um povo vizinho, mais especificamente, por uma mulher escrava e é considerada particularmente poderosa por ser filha do Ser Supremo. Por essa razão é chamado também de Omolu, literalmente, filho de Deus (Omo Oluwa: Omo = filho /Oluwa = Deus).

Tanto os ewe como os egba consideram Buruku andrógino. Entre os iorubás, é chamado Buruku, o aspecto masculino e Omolu, o feminino. É cultuada principalmente por mulheres, sendo as formas ritualísticas semelhantes às adotadas pelos ewe e fon em seus cultos a Nanã -Buruku, o Ser Supremo.
Buruku, considerado uma divindade de temperamento difícil, responsável por muitas misérias e adversidades, se devidamente apaziguada, revela-se poderosa e benevolente. Seus iniciados não devem faltar às obrigações de culto, sob pena de tornarem-se vítimas de infortúnios.
Os recém-nascidos, mulheres em adiantado estágio de gravidez, mulheres menstruadas ou que acabaram de ter relações sexuais são proibidas de   aproximarem-se do santuário. Apenas após a meno pausa podem as mulheres tornarem-se sacerdotisas de Nanã Buruku e são as únicas autorizadas a oferecer sacrifícios, devendo os demais permanecer do lado de fora do santuário. Seu santuário possui, geralmente, dois aposentos, num dos quais se guarda os objetos sagrados, nele podendo entrar apenas a sacerdotisa e quatro ou cinco de suas co-oficiantes. Entre os ewe, os assentamentos de Buruku freqüentemente ficam a céu aberto. Consistem num montículo de barro no qual estão embutidos dois ou três potes de cerâmica de boca voltada para baixo. Tais potes permanecem ocultos a olhos profanos. Nanã aceita em sacrifício água fria, obi, orobô, óleo de palmeira, banana, mingau e animais.

Em seu santuário é guardado o edon (metal), que consiste em imagens gravadas em ferro, uma representando o aspecto masculino da divindade e outra o feminino. Ali são guardadas também outras imagens belamente esculpidas em madeira, com distintos formatos, algumas representando mulheres grávidas ou carregando bebês às costas, ou oferecendo o seio ao filho. Tais imagens, expressões dos tabus da divindade, são retiradas do santuário e carregadas em procissão nos festivais anuais, que duram três meses.

Durante o festival em sua homenagem os aspirantes à iniciação recebem instruções e perdem  temporariamente a capacidade de falar: regridem a estágios anteriores do desenvolvimento e falam como
criancinhas que estivessem ainda aprendendo. No final desse período, resgatam a capacidade lingüística e retornam para casa entre canções e outras expressões deregozijo.

Orixá Nanã Buruku

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